De
Amor e Arte
Se alguém
me perguntar
se eu te amo
muito ou pouco,
não sei
dizer...
E eu já
te disse que não sei medir;
apenas sinto
que este amor
transborda pelos
meus poros
e ultrapassa
a minha razão...
Se alguém
me perguntar se teus beijos
têm
gosto de canela, de doce ou de lágrimas,
não sei
dizer...
tem horas em
que têm gosto apenas de beijos,
de alma, de
sentidos alertas...
tem horas em
que têm um gosto salgado,
sabor de pecado,
misturado com
o gengibre que incendeia a minha língua,
fazendo- me
querer muito mais.
Se alguém
me perguntar se meus sonhos têm cores diversas,
eu sei
dizer que eles são matizados, coloridos, variados,
e que tem horas
em que são quadros de Picasso,
com olhos no
lugar de bocas,
para melhor
apreciar o teu gosto com a minha visão
ou para enxergar
o teu rosto com o meu paladar...
tem horas em
que o impressionismo predomina
e eu sonho jardins
de ninféas,
onde nós
passearemos contemplando a natureza
e invejando
aqueles que põem os sentidos a serviço da arte...
Tem vezes em
que sonho com bailarinas de Degas,
que se exporiam
flutuantes à tua frente,
para te extasiar
de emoção, a cada passo novo...
Sonho também
Michelangelos e Portinaris,
numa mistura
do amor com a arte,
de morte, dor
e renascimento,
como caleidoscópios
girando em minha cabeça e mostrando
vitrais de mil
tamanhos e tons...
E quero viver
assim,
sentindo de
tudo um pouco, e do pouco muito
para poder ser
várias pessoas diferentes
e te surpreender
com as nuanças
que dentro de
mim poderás descobrir
se me olhares
com a arte
que perscrutam
os teus olhos arteiros