Não
quero ter a vida aprisionada
como numa fotografia que,
com o passar dos anos,
perde
os
contornos e a nitidez.
Não
quero pouco sol, gente apagada,
caras borradas.
Não
quero cenas mudas, montadas,
paradas, poses, sorrisos estudados.
Não
quero monumentos estáticos, rios sem peixe,
verdes descorados, árvores sem
folhas,
prédios sem barulho,
crianças coloridas artificialmente
que pararam no tempo.
Não
quero gente que passa fazendo figuração,
modelos esqueléticos, luz diluída
por lentes poderosas,
rugas retocadas, falsos detalhes,
cenários pintados e
imóveis.
Quero
foco e enfoque corretos, quero cores,
gente que se move, que move o mundo,
que dá
amor, que recebe.
Pessoas
que se chocam, que chocam outras tantas,
que correm, gritam, se descabelam,
que
me chamam
e por quem sou chamada.
Quero
moinhos que giram,
barcos que levantam marolas,
mares que tragam transatlânticos,
bichos que
uivam,
pó que suja, frutas doces.
Quero
mais redemoinhos,
mais alegrias, mais palhaços,
mais dias de natal, menos
pensamentos
e mais ação,
mais pão nas mesas, mais gente bebendo,
chorando as
mágoas, brindando de verdade.
Quero
ver as pessoas dançando e quero viver mais,
sem meios termos, instantaneamente,
de hoje até o fim.
Quero
meu retrato no álbum de família,
somente depois da minha morte.
Imagens e texto by Maria Eugênia - Doce Deleite
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Abrindo...favor aguardar....
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