Por
algum motivo
ela
se foi:
por
desígnios de Deus ou tentações da vida...
e
você ficou aí, sozinho, perdido,
sem
saber se ficava no lugar dela
ou
se ficava no seu e pedia socorro para a sua
própria
mãe.
Mas
depois, como era o sexo forte
e
como lhe ensinaram que meninos não choram,
decidiu
arcar com
tudo
sozinho...
trocou
sua falta de jeito por fraldas, mamadeiras,
noites
insones, empregadas e compras...
trocou
seus dias ensolarados por reuniões no colégio
dos filhos,
por
idas repentinas aos médicos, por horas nas salas de espera de academias
de ginástica, ballet,
aulas
particulares...
levou
crianças e amiguinhos à festas, aos jogos de futebol,
ao shopping,...
deu
conselhos, pediu conselhos para amigas, para irmãs...
chorou
quando
seus
filhos sofriam,
não
pôde deixar de ser pai, pois era isto que a sociedade esperava
de
você...
não
pode deixar de ser mãe, por era isto que seus filhos precisavam.
Você
foi de tudo um pouco... até empregada, quando esta faltou.
Foi
executivo, porque precisava sustentar quem dependia de você,
um
namorado muitas vezes mal interpretado,
pois
ninguém mais era a mãe, a não ser você.
Foi
um dos únicos homens nas reuniões de turma das crianças,
onde
a maioria era composta de mães.
Você
deu mais do que pensava que poderia...
você
se superou,
você
cresceu
e
soube que mãe, não é somente aquela
que
gera ...
É
você também, a quem seus filhos chamam,
de
vez em quando,
de
PÃE. |