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Dizem
que elas falam demais,
raciocinam de menos,
que choram copiosamente
até em batizados,
se entristecem com as dores alheias
e se alegram por trocados,
que sorriem sozinhas
a um simples pensamento
que envolva o ser amado
e que contam suas vidas
nas filas dos bancos,
nos supermercados,
nos bancos das praças.
Dizem que elas ouvem causos
com infinita paciência
e que dão palpites de graça,
sem nenhuma ciência...
Também falam que se perdem
em teorias e fantasias,
em alucinadas elucubrações
e se afogam em mares de emoções.
Que
demoram a se arrumar,
que dão escândalos pelos
motivos mais banais,
que são indecisas,
ciumentas, passionais,
mas que, quando amam,
são mais devotadas
e quando se doam,
muito mais leais.
Que suportam mais as dores,
que enfrentam melhor
os dissabores,
que persistem, insistem
e que quando querem algo,
nunca desistem.
Que dão a vida por um filho,
um amigo, pelos pais,
que desconhecem o perigo
para defender aquilo em
que acreditam e perseguir
seus ideais.
Dizem que sua capacidade
de trabalho é enorme
e que embora muitas delas
sejam mal remuneradas,
exploradas e tratadas
como escravas,
levantam sempre a cabeça
e continuam a viver e
a procurar novos caminhos
para construir seus ninhos
e alimentar seus filhos.
Ainda é certo que elas
têm progredido,
incentivado seus companheiros,
lutado para crescer,
que seu tempo rende mais
do que as horas que tem o dia,
que estão por perto, na tristeza
ou na alegria,
daqueles que precisam delas.
Mas todos sabem, também,
que elas já foram criadas assim
porque Deus quis
que o mundo fosse visto,
a par da sua dura realidade,
por uma ótica
mais emocional e sensitiva,
que permitisse que a esperança
continuasse a existir
e isto só seria concebível
com ajuda dos olhos de uma mulher!
Imagens e texto by
Maria Eugênia - Doce Deleite
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