Somos mulheres...
não apenas
por um fator genético, ou porque nos botaram sapatinhos rosa
nos berçários onde passamos nossas primeiras horas
de vida, mas por exemplos de gerações que estamos seguindo
e aperfeiçoando. Exemplos de lutas, de abnegação,
de sentimentos apurados, de amor ao próximo, de sacrifícios,
de superação de nossas limitações e de barreiras...
Somos mulheres...
que até
hoje, em alguns lugares do planeta, ainda somos segregadas e relegadas
ao segundo plano. Que em outros lugares ainda não temos o direito
de votar, de mostrar o rosto, de levantar a cabeça.
Que, para alguns
homens, ainda somos fáceis se amamos demais e frias, se amamos
de menos, ainda que em conseqüência de antigas e desastrosas
experiências ...
Somos mulheres...
algumas ainda
acusadas de provocar os homens que nos estupram, que têm ainda
o direito de nos matar para “lavar suas honras”enxovalhadas. Mulheres oprimidas,
que já serviram apenas de objetos de prazer, reprodutoras,
servas e escravas, mas que hoje, depois de inúmeras batalhas, estão
conseguindo reverter este quadro e ocupando seu lugar ao sol...
Somos mulheres...
que se despojam
das suas vaidades para poupar o pão dos filhos, o cobertor
de seus homens, a comida de seus rebentos, o bem estar de todos de quem
cuidamos com desvelo, como só as mulheres sabem fazer...
Somos mulheres...
batalhadoras,
assumindo 2 ou 3 turnos num mesmo dia, só para mostrar nossa capacidade
sempre ameaçada nas comparações e competições.
Mulheres que chegam em casa depois de uma dura jornada
e ainda vão alimentar a família, dar apoio, conselhos,
colo, carinho, sexo...
Somos mulheres...
que embora pegando
nos temperos, temos que cheirar bem, manter as mãos cuidadas, hábeis
e macias, ainda que calejadas de trabalho pesado, para acariciar, amar
e apascentar...
Somos mulheres...
apenas coadjuvantes
quando nossos filhos nos dão alegrias, e responsáveis por
tudo, quando enveredam por maus caminhos.
Que embora chorando
a tristeza de vê-los fracassar, não podemos sucumbir e desistir
de confiar neles...
Somos mulheres...
No colo de quem
sempre podem repousar as cabeças dos homens fortes, dos homens
pensantes, dos filhos fracos, dos vencedores, dos sofridos dos desvalidos...
da boca de quem sempre vão sair palavras de conforto, consolo, conselhos
e bênçãos...
Somos mulheres...
Fracas ou fortes,
tímidas ou atiradas, boas ou más, confiáveis ou pérfidas,
pois mesmo nas obras de Deus, há os dois pólos. Mas,
mesmo que tenhamos nossos defeitos, não deixaremos de ser
a razão da vida, seja como esposas, mães, amigas ou
conselheiras...
Nossas atribuições
nunca terminam; fomos e seremos sempre o início de tudo.